A vida é tão complexa no seu enredo. E eu nesta constante necessidade de dissecar o seu significado. Às vezes sinto-me uma parabólica de desgraça humana. O que fazer quando após a policia já ter tomado conta da ocorrência, na sequencia de uma discussão no telhado do meu prédio em que a vizinha altamente alcoolizada arremessa a cobertura do prédio ao mesmo tempo que o filho a tenta agarrar, me deparo com a mesma senhora pendurada numa velha escada de incêndio equivalente a um 6º andar, que por baixo apenas tem um curto percurso até solo. A parte de trabalho racional eu faço, as palavras certas saem-me da boca. Mas depois deparo-me com o limite da possibilidade de intervenção. Sim, a vida é feita de escolhas, cabe-nos a cada um responsabilizarmo-nos por elas. Mas, e depois? Quando se fecha a porta? O que se faz com a dormência do corpo? Como o peso da alma? Com o entorpecimento dos actos? Como não se acredita em Deus?
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Difícil de atravessar, como o fio de uma navalha. Difícil é o caminho, dizem os poetas. - Katha Upanishad
A vida é tão complexa no seu enredo. E eu nesta constante necessidade de dissecar o seu significado. Às vezes sinto-me uma parabólica de desgraça humana. O que fazer quando após a policia já ter tomado conta da ocorrência, na sequencia de uma discussão no telhado do meu prédio em que a vizinha altamente alcoolizada arremessa a cobertura do prédio ao mesmo tempo que o filho a tenta agarrar, me deparo com a mesma senhora pendurada numa velha escada de incêndio equivalente a um 6º andar, que por baixo apenas tem um curto percurso até solo. A parte de trabalho racional eu faço, as palavras certas saem-me da boca. Mas depois deparo-me com o limite da possibilidade de intervenção. Sim, a vida é feita de escolhas, cabe-nos a cada um responsabilizarmo-nos por elas. Mas, e depois? Quando se fecha a porta? O que se faz com a dormência do corpo? Como o peso da alma? Com o entorpecimento dos actos? Como não se acredita em Deus?
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6 comentários:
A propósito: aconselho vivamente o livro de José Rodrigues dos Santos - A FÓRMULA DE DEUS.
Olá Prima, Já no outro dia me tinhas falado deste livro. E tive com ele na feira do livro. Sim, fica na lista dos livros a ler :)
não vem a propósito mas lembrei-me:
já viste a exposição que está no Palácio Anjos (Algés). bom estão lá várias (todas boas) mas estou a referir-me concretamente à da Ana Vidigal e Ruth Rosengarten. O VÉU DA NOIVA e O CONSULTÓRIO SENTIMENTAL
Achei-a tão...envolvente.
Não prima, ainda não vi. Mas quero ver. A minha vida é uma animação e estou outra vez em stress. Pode ser que tenhamos novidades em breve, mesmo antes da Teresa chegar. O que era muito giro. NÃO! Não estou grávida :))
E no entretanto lembraste-me que o fio da navalha é um excelente livro e que não o trouxe para cima... ;)
nao acreditar num deus é relativamente facil.
o problema é q há logo outro q ocupa o lugar! sacanas!
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