segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sem Titulo


Começa como se de uma brisa se tratasse, um zumbido, depois toma-nos. Lentamente, mansinho, do centro de nós, come-nos as entranhas, devagarinho, saboreia. A dor é corrosiva, distinta da dor do sangue. Uma mão que amassa, estrafega o coração, já se sente a chegar à garganta, aperta-nos o pescoço por debaixo da pele, dificilmente respiramos, mesmo, sem nunca deixar o estômago.
Às vezes somos levados ao limite, às vezes temos sorte, e num repente somos libertados, caímos estatelados no chão, o corpo lateja com uma réstia de vida, ofegamos na urgência.
Depois é o silêncio, os olhos retorcem-se à procura de nada.

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